quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mais um texto da Cleo

O Programa Gestar II
Para mim é um aprendizado
Pela sua excelência
E jeito organizado
Eu me encontro feliz
Aqui com seu resultado.

Foram muitos os desafios
Ao começar pela necessidade
De viajar à São Luis
Sair da minha cidade
Deixando minha família
Só muita responsabilidade.

A distância dos meus filhos
Foi grande preocupação
Deixá-los ali sozinhos
Sem a minha proteção
Com certeza foi um fator
Que angustiou meu coração.

Mas as minhas amizades
E todo conhecimento
Adquiridos na formação
Deu-me um certo contentamento
Que de alguma maneira
Facilitou o distanciamento.

Com os cursistas em Amarante
Tudo é felicidade
O Programa é um sucesso
O que é realidade
Muito embora tenhamos
Encontrado dificuldade.

O excesso de trabalho
Foi o que dificultou
A Formação e Coordenação
Que comigo acumulou
Foi certamente um “espinho”
Que ao longo do tempo gerou.

A bolsa não apareceu
Deixando-me desmotivada
Só continuei o Programa
Por estar compromissada
Com os cursistas da turma
Que por mim é orientada.

Pois só a Coordenação
De muito tempo requer
Tenho que resolver tudo
Ser pro que der e vier
Dando suporte a todos
Da formação ao café.

Meu tempo é muito corrido
Pelas várias atribuições
No trabalho e na família
Porque dos filhos sou pãe
Porém com responsabilidade
Executo minhas ações.

O Programa no município
Está chegando ao final
Mesmo com as dificuldades
Tudo está sensacional
Isto porque a qualidade
Pra mim é primordial.
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Que bom, Cleo!! Fico muito feliz em saber de seu sucesso e satisfação!

Pessoal, quero saber das notícias da turma toda!! Mantenham contato!

Abraços,
Viviane.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Dica de leitura

Scherre, M. O preconceito lingüístico deveria ser crime. Galileu. Editora Globo. Novembro de 2009. pp.94-95.

Basta ser homem (sic.), estar em sociedade e estar rodeado de pessoas falantes que a língua – este sistema de comunicação inigualável – emerge, se instaura e toma conta de todos nós, de nossos pensamentos, de nossos desejos e de nossas ações. Falar faz parte do nosso cotidiano, de nossa vida. A troca por meio das formas lingüísticas é a nossa dádiva maior, nossa característica básica. É por meio de uma língua que o ser humano se individualiza, em um movimento contínuo de busca de identidade e de distinção. É isto, enfim, que nos torna humanos e nos diferencia de todos os outros animais.

Já está bem evidenciado que todo e qualquer homem adquire uma língua ou variedade lingüística de forma perfeita e dela é senhor absoluto. Não existe homem sem-língua. Mesmo as pessoas com deficiências diversas adquirem um sistema lingüístico. Quem é surdo, por exemplo, adquire as línguas de sinais, que também são sistemas complexos e perfeitos.

Sendo assim, não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer variedade lingüística diferente da nossa. Preconceito lingüístico é o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala. A grande questão é que as variedades lingüísticas mais sujeitas a preconceito lingüístico são, normalmente, as com características associadas a grupos de menos prestígio na escala social ou a grupos da área rural ou do interior do país. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econômica e socialmente.

Então, há críticas negativas com relação, por exemplo, à falta de concordância verbal ou nominal (As coisa tá muito cara); o ao r no lugar do l (Framengo); à presença do gerúndio no lugar do infinitivo (Sra. Marta, daqui a uns três minutos eu retorno a ligação pra senhora, porque eu vô tá verificano); ao r chamado de caipira, característico da fala de amplas áreas mineiras, paulistas, goianas, matrogrossenses e paranaeneses (em franca expansão, embora sua extinção tenha sido prevista mesmo por linguistas). Depreciando-se a língua, deprecia-se o indivíduo, sua identidade, sua forma de ver o mundo.

O preconceito lingüístico – o mais sutil de todos os preconceitos humanos – atinge um dos mais nobres legados do homem, que é o domínio de uma língua. Exercer o preconceito lingüístico é retirar o direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social. Não quero dizer com isto que não temos o direito de gostar mais, ou menos, do falar de uma região ou de outra, do falar de um grupo social ou de outro. O que quero mesmo dizer e enfatizar é que ninguém tem o direito de humilhar o outro pela forma de falar. Ninguém tem o direito de exercer assédio lingüístico. Ninguém tem o direito de causar constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar.

A Constituição brasileira reza que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante''. Sendo assim, interpreto eu que qualquer pessoa que for vítima de preconceito lingüístico pode buscar a lei maior para se defender, tendo em vista que o preconceito lingüístico se configura como um tratamento desumano e degradante – uma tortura moral. Se necessário for, poderíamos até propor uma lei específica contra o preconceito lingüístico, apenas para ficar mais claro que qualquer pessoa tem direito de buscar a justiça quando for vítima de preconceito lingüístico.

Sei que muitos devem achar que isto é bobagem, que todos devem deixar de falar errado. Mas todo mundo tem direito de se expressar, sem constrangimento, na forma em que é senhor, em que ele tem fluência, em que ele é capaz de expressar seus sentimentos, de persuadir, de manifestar seus conhecimentos, enfim, de falar a sua língua ou a sua variedade de língua.

(Fonte: http://dioneygomes.blogspot.com/)

Cordel sobre a expulsão de aluna da Uniban

Queridos/as, vejam a seguir um exemplo de como os eventos tratados na grande mídia podem ser recontextualizados, criativamente, por artistas populares!

Alguma ideia de como um texto como este poderia ser aproveitado em sala de aula?

Abraços,

Viviane.
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UMA BURCA PARA GEISEY

Miguezim de Princesa


I
Quando Geisy apareceu
Balançando o mucumbu
Na Faculdade Uniban,
Foi o maior sururu:
Teve reza e ladainha;
Não sabia que uma calcinha
Causava tanto rebu.


II
Trajava um mini-vestido,
Arrochado e cor de rosa;
Perfumada de extrato,
Toda ancha e toda prosa,
Pensou que estava abafando
E ia ter rapaz gritando:
"Arrocha a tampa, gostosa!"

III
Mas Geisy se enganou,
O paulista é acanhado:
Quando vê lance de perna,
Fica logo indignado.
Os motivos eu não sei,
Mas pra passeata gay
Vai todo mundo animado!

IV
Ainda na escadaria,
Só se ouvia a estudantada
Dando urros, dando gritos,
Colérica e indignada
Como quem vai para a luta,
Chamando-a de prostituta
E de mulherzinha safada.

V
Geisy ficou acuada,
Num canto, triste a chorar,
Procurou um agasalho
Para cobrir o lugar,
Quando um rapaz inocente
Disse: "oh troço mais indecente,
Acho que vou desmaiar!"

VI
A Faculdade Uniban,
Que está em último lugar
Nas provas que o MEC faz,
Quis logo se destacar:
Decidiu no mesmo instante
Expulsar a estudante
Do seu quadro regular.

VII
Totalmente escorraçada,
Sem ter mais onde estudar,
Geisy precisa de ajuda
Para a vida retomar,
Mas na novela das oito
É um tal de molhar biscoito
E ninguém pra reclamar.

VIII
O fato repercutiu
De Paris até Omã.
Soube que Ahmadinejad
Festejou lá no Irã,
Foi uma festa de arromba
Com direito a carro-bomba
Da milícia Talibã.

IX
E o rico Osama Bin Laden,
Agradecendo a Alá,
Nas montanhas cazaquistãs
Onde foi se homiziar
Com uma cigana turca,
Mandou fazer uma burca
Para a brasileira usar.

X
Fica pra Geisy a lição
Desse poeta matuto:
Proteja seu bom guardado
Da cólera dos impolutos,
Guarde bem o tacacá
E só resolva mostrar
A quem gosta do produto.

(Fonte: http://dioneygomes.blogspot.com/)

SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO

Nós precisamos saber como o GESTAR aconteceu, que avaliação os/as professores/as fizeram do programa, que pontos deveriam ser melhorados numa outra versão do programa, quais são seus pontos fortes. Queremos saber o que mais marcou e que tipo de semente ficou para os/as professores/as cursistas continuarem o trabalho com autonomia.

Devemos sempre lembrar que são dois cursos:

1. da UnB – que faz a formação dos/as formadores/as;

2. do estado – que faz a formação de professores/as in loco.

Então, há critérios do estado que nós não podemos definir. Por isso, eu informo apenas como vocês devem se organizar com os trabalhos finais de vocês para colher as informações que devem ser levadas para mim.

Minha avaliação será feita por meio de:

· Frequência dos/as formadores/as;

· Envio de relatórios nos meses subsequentes a nosso encontro;

· Portifólio (tradicional ou blog);

· Seminário.

Vou averiguar:

· se o/a formador/a realmente tem turma;

· se os conhecimentos ministrados no curso foram de fato aplicados com eficiência;

· se houve a reflexão sobre a prática durante as oficinas;

· se o curso privilegiou a reflexão sobre a prática ou se privilegiou a teoria em detrimento da prática;

· se discutiu os problemas dos/as professores/as e alunos/as, buscando formas de superá-los.

Os/As formadores/as que tenham optado por portifólio tradicional, em papel, deverão levá-los para o Seminário de Avaliação e, posteriormente, enviá-los pelos Correios (para meu endereço pessoal) para arquivamento no Interfoco/UnB.

Acredito que essas orientações podem nortear o planejamento de nosso Seminário de Avaliação.

Um abraço,

Viviane.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Seminário de Avaliação - nova data

Queridos/as formadores/as,

a SE do Maranhão adiou nosso Seminário de Avaliação para os dias 5 e 6 de março.

Essa informação chegou para mim hoje. É claro que é um transtorno para nosso planejamento, mas por outro lado teremos mais tempo para realizar o trabalho, inclusive os projetos.

Ressalto que o adiamento é de responsabilidade da SE, não da UnB.

Abraços,

Viviane.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Depoimento sobre o Gestar II

Queridos/as,

vejam a seguir um depoimento crítico a respeito do Gestar II, enviado pela formadora Célia Maria, de Cabedelo.

Seguimos refletindo!

Abraços,

Viviane.

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Sou professora de língua portuguesa na Escola Municipal Marizelda Lira da Silva, da cidade de Cabedelo, lecionando turmas de 6º. a 9º. do ensino fundamental. Estou participando do Gestar pela primeira vez.

A rotina, trabalhos frequentes com planos, projetos, o contexto de sala de aula atual, as práticas para um melhor desempenho exigem de nós professores muito empenho e dedicação, preenchem grande parte do nosso tempo, e quando somos “convidados”, poderia até dizer “convocados”, a participar de um curso de aperfeiçoamento, capacitação, no primeiro momento, não nos sentimos motivados, pois tememos ser apenas um trabalho a mais para o professor. Isso já aconteceu com relação a certos cursos ou atividades promovidas por órgãos que fizeram algum tipo de proposta para ajudar no desenvolvimento da escola, mas que se limitaram a discussões, teoria , sem trabalhos de impacto para interferir, aprimorar as práticas pedagógicas junto ao aluno.

Com o Gestar II descobrimos uma motivação nova para procurar outras abordagens para trabalhar com o aluno. Vimos que se trata de um trabalho sistemático, um organismo articulado, desde o gerenciamento até o trabalho concreto dos formadores junto aos cursistas, e daí a articulação com o planejamento, com a sala de aula.

Conceitos e propostas de trabalho participativo e interativo, construção coletiva, escola democrática e afetiva, incentivo à autonomia e auto-realização, chegam até nós através de um material rico, bem elaborado, que questiona e complementa, e usa a ferramenta metodológica que deseja ensinar. Nos cursos nos sentimos à vontade, motivados ao aprendizado. Os formadores são dedicados, atenciosos e competentes, trabalhando com harmonia, interação, dinâmicas, ferramentas variadas. Mais ainda, aprendemos com carinho, práticas interativas: um trabalho sintético mas criterioso, capaz de gerar reflexões, novas abordagens, novas aprendizagens. Quando pensamos que já sabíamos tudo, ou que não sabíamos mais de nada, não sabia o que fazer com o aluno com defasagem na aprendizagem, ou aprimorar o desempenho em turmas mistas, com desnivelamento na competência lingüística, surgem possibilidades e ferramentas que vão ajudar a melhorar a prática na sala de aula. O GESTAR está vindo colaborar com esse processo: traz motivação e práticas que apontam para essa nova direção: propostas com “ações sistêmicas e estratégicas”, ações integradas, articuladas, com um trabalho voltado para o contexto social e comunicação efetiva.

Mas o que falta é a questão do material para o aluno.Os cadernos de atividades são vários, não há condição de o professor ou a escola se responsabilizarem pela reprodução. É necessário rever como esse material poderá chegar às mãos os alunos. Ainda tenho uma observação: mesmo muito bons, com relação à região nordeste, podem ser incluídos outros textos que tenham mais aproximação com a realidade do aluno. A questão dos exercícios longos ( resumir mais), pois são alunos que não se estendem muito na comunicação escrita ( por não terem bom desempenho linguístico, ou ainda por serem estressados, vivendo o tempo da velocidade, da comunicação rápida).

Cabedelo, 29 de outubro de 2009-10-29

Célia Maria Alves de Aguiar

Seminário de Avaliação

Queridos/as formadores/as


Aproxima-se a data de nosso encontro, nos dias 16 e 17 de novembro. Aqui estão algumas orientações sobre os passos a serem cumpridos no Seminário de Avaliação.

Serão dois dias de avaliação e não mais de formação, como nos encontros anteriores. Portanto, não teremos mais curso e sim as apresentações de vocês. Para a certificação, farei a mediação das apresentações e a avaliação do que foi solicitado ao longo do ano.

Para isso, vocês devem levar o resultado do que produziram com os/as cursistas. Isso pode ser em formato de banner, cartaz, powerpoint (talvez o powerpoint seja a opção menos desejável, pois é provável que não contemos com DataShow...).

Lembrem-se de que cada formador/a ou coordenador/a terá APENAS 20 minutos para a exposição oral do que sintetizou para o evento. O uso desse tempo será também objeto de avaliação, pois a habilidade de síntese e a escolha do recurso para a apresentação farão parte do processo avaliativo.

No seminário, vocês deverão levar seus portfólios, com tudo que fizeram até esse dia: aulas preparadas, orientação dos projetos, resultados nas escolas de seus/suas cursitas, projetos dos/as cursistas, problemas, fracassos, sucessos etc, além de biografia, memorial e auto-avaliação. Assim comprovarão que :

i) executaram as oficinas,

ii) recolheram e avaliaram o produto dos/as cursistas em relação às lições de casa e

iii) orientaram os projetos dos/as cursistas, que deverão ser apresentados como produto no final do programa ao/à formador/a, que, por sua vez, nos apresentará como fruto de seu trabalho de orientação.

Lembro que o portifólio poderá ser apresentado em formato digital do tipo blog, em CD, DVD ou impresso, e é ele que será avaliado acima de tudo.

Podemos também fazer uma mostra dos trabalhos mais significativos. Não se esqueçam das câmeras fotográficas para registrarmos esse momento!

Caminhemos! Se houver dúvidas, me escrevam!

Estou certa de que se o Gestar tem sido um sucesso anunciado e se chegamos até aqui é porque vocês vêm conduzindo, em seus municípios, um dos programas de Educação mais efetivos do MEC. Por isso estou ansiosa para ouvir os depoimentos e conhecer um pouco mais de seus/suas cursistas e alunos/as.

Com o carinho e o respeito de sempre,

Viviane.